Marcapasso compatível com RM

Olá galera ressonântica, olha só quem voltou a escrever 🙈

Hoje vamos falar de uma assunto bem interessante, até pouco tempo atrás os marcapassos eram contra indicados para exames de ressonância magnética. 
Se você me segue no instagram (@claudiaelaine18) deve ter visto nos destaques que relatei minha experiência com um novo marcapasso (MP) compatível com RM.
Eu já havia realizado exames de pacientes portadores de MP, porém em todos os exames o técnico ficava acompanhando o exame e realizava programações antes e depois do exame.  
O marcapasso Evity da Biotronik foi um pouquinho diferente. O técnico fez a ativação do sistema ProMRI do marcapasso e me entregou um certificado dizendo que o paciente estava liberado para realização de RM até o dia 03/03/2020 as 23:59, a programação foi feita no dia 18/02/2020.

Abaixo vou colocar um pequeno trecho do manual do aparelho que se encontra disponível para download no site da Biotronik

Graças a um sensor, o campo magnético estático de uma ressonância magnética é detectado de forma confiável. Com a função de MRI AutoDetect, o sensor é capaz de estar ativado durante uma interrogação, por um período máximo de 14 dias. Quando o paciente se aproxima de um equipamento de ressonância magnética no período ajustado, o dispositivo reconhece o respectivo campo magnético estático e ativa automaticamente o programa RM pré-ajustado. Ao sair do equipamento, é efetuada automaticamente a reprogramação do sistema no programa permanente.

Os marcapassos ProMRI da Biotronik são compatíveis com aparelho de 1.5T para realização de exames de qualquer região. Já no 3T não é possível a realização de exames da região do tórax (zona de exclusão)

Mas porque os marcapassos são contra indicados na RM? Esse trecho de um artigo cientifico da uma breve explicação (https://doi.org/10.1590/S0066-782X2005000500014): 
As interações adversas potenciais entre marcapasso e RM incluem a inibição de saída do marcapasso, aquecimento, vibração, estimulação assincrônica, indução de fibrilação atrial, indução de fibrilação ventricular, mau-funcionamento do modo switch, estimulação atrial rápida, estimulação ventricular rápida e alteração da programação com potencial dano ao circuito do marcapasso ou deslocamento do sistema.
RM gera potentes forças eletromagnéticas na forma de campo magnético estático e campo magnético de radiofrequência pulsátil. O mau funcionamento dos MP é resultado da interferência da radiofrequência durante a realização da RM podendo causar uma total inibição da saída atrial e ventricular ou, ao contrário, podendo causar estimulação perigosa em altas frequências nas câmaras, provocando fibrilação atrial ou ventricular, causando efeitos deletérios.
Outro efeito adverso provocado pela energia de radiofreqüência é o aquecimento dos eletrodos que deve ser considerado quando expomos pacientes a RM, sendo este o fator causal do desconforto precordial durante a realização do exame e da mudança no limiar de comando do MP.

O primeiro marcapasso compatível com RM usado no Brasil foi o Advisa MRI da Medtronic em 2012.

Deixem nos comentários a experiência de vocês na realização de exames com marcapasso.



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